Fernanda Oliveira

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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Lerê-lerê!

                Desde criança, lembro deste trecho "(...) vida nova; novos colegas também. Mas eu prometo: este ano, eu não vou emprestar minha borracha". Era um textinho de um livro didático de português, naqueles capítulos em que você aprende a interpretar textos - ou, pelo menos, tentam lhe enfiar, massa cinzenta adentro. Agora, pesquisando no Tio G (para os íntimos. Tradução ao pé da letra: Tio Google), descubro que estão encaixados nos versos de Pedro Bandeira, intitulado "Promessas".


           Se for dosar pela interpretação, posso afirmar que se trata de amadurecimento. O personagem, possivelmente, passou por alguma situação que lhe trouxe um trauma e que, em seu novo período letivo, novos colegas e novos rumos, aprendeu que, se se empresta sua borracha, ela não volta. Para ele, um valor sentimental, enquanto que, para quem a tem/teve emprestada, não passa de uma simples borracha de apagar. Deve estar num canto, jogada. 
             Assim é nossa vida.
           Quando a casa é de ferreiro, há grande chance de seus espetos serem de pau - mas se sente falta do espeto de ferro -. Ainda assim, a comodidade nos obriga a termos madeira, em lugar de metal.

          Escolhi "Promessas" porque sempre lembrei deste trecho na minha infância até agora e  até para fazer uma correlação, para dar introdução à minha mais nova fase: dona de casa (não necessariamente nessa ordem. Consideremos ser "chefe de família"). A vida é uma escola e estou cansada de ouvir isso. É tudo verdade! As pessoas ou coisas que fazem parte dela, podem não fazer daqui há pouco ou podem até continuar, lhe assistindo a largos passos. Tudo muito finito. A professora, os colegas de aula, a borracha que alguém tomou emprestada e não devolveu. Assim fazem com nossos sentimentos, subestimam nossas capacidades de amar, acolher, adorar, magoar, horrorizar, enfrentar o novo, descobrir-se diante das mais adversas situações, por mais complexas que pareçam. Entrar em uma nova escola, a esta altura do campeonato, será um desafio, porém, não impossível. Administrar uma casa, cuidar das finanças, da segurança daqueles que estão sob sua "tutela" (já não são crianças), fazer a lista de compras, calcular, cuidar das despesas, distribuir tarefas... enfim, fazer a máquina funcionar!
          Agora é a hora de acordar e levantar a cabeça. Se já me sentia madura, terei que drenar minhas energias para este caminho constantemente. Em outras palavras, ser mais que isso.
           Algumas coisas acontecem e a gente jamais prevê. 
           E eu não previa (não, tão cedo!).
         A chefe da família, minha mãe, está tomando seu rumo. Ela é - sempre será - o esteio. Ela é aquele ferreiro, o dono da casa. Os filhos (alguns,  mais passivos), os espetos de pau. Vão aprender a se lapidar e conseguirem o milagre da transformação madeira => metal.
         Ela estava buscando. 
         Desistiu. 
         Encontrou. Agora.
         Agora vai, com todo desejo e vontade de caminhar lado a lado com sua felicidade. 
         Totalmente merecida. 
     Eu, a filha-coroa, assumo, a partir de agora, as rédeas da carroça. Nada alarmante. Apenas... Novo!

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