Fernanda Oliveira

Fernanda Oliveira
ou Tia!

Pesquise aqui também!!

terça-feira, 5 de março de 2013

Metendo a colher.

          Hoje foi um dia formidável. Reencontrei dois super amigos. Não via o Juninho há mais de um ano e a Diana, há mais de 15 anos... Foi um dia feliz. Apesar de ter trabalhado bastante, as emoções compensaram cada segundo. 
          Para fechar com chave de ouro, descobri uma coisa interessante sobre mim mesma: ou é senso de justiça, ou é impaciência, ou é intolerância ou simplesmente acho que estou me transformando numa baita barraqueira. Comprei briga com o filho da puta que estava na cola da Diana... 

                                      Foi mais ou menos assim... 



          A procurei no shopping, em seu local de trabalho. Nos cumprimentamos depois de tanto tempo e ela chorou como criança (são tantas emoções) pois fui ao seu encontro de surpresa. Mais surpresa fiquei eu, pois ela estava em seu trigésimo aniversário e sua amiga desnaturada não recordava a data. Pura coincidência. Logo atrás de mim, um senhor magrelo, numa estatura rente à minha e com sua metade da cabeça desprovida de cabelos e os restos que lhe sobravam, confundiam-se com a luz branca das lâmpadas fluorescentes do shopping. Ele a cumprimentou e lhe entregou uma sacola das Lojas Americanas e percebi que ela ficou imediatamente com a face esmaecida por ter aquele senhor por perto - Conforme nossas três horas e pouco de conversa em dias anteriores ao telefone, ela havia me adiantado a sua atual situação com o ex-marido ($@#$%¨%$#$¨@#@¨(*&), o qual a teria agredido de alguma forma, não recordo se só com palavras ou ações e também de certo cárcere. Agrediu, de qualquer forma. Isso me deixa puta de raiva -. Enfim, imediatamente senti de quem se tratava o coroa. Era o dito-cujo em... pele... alguns cabelos e uma cara de idiota. Ela resolveu se despedir dos dois e saquei na hora que era pra fugir do cretino e eu acatei, não antes de combinarmos de que eu a esperaria terminar o expediente, já que faltavam alguns minutos. 

Nesse meio-tempo deu pra eu comprar um mimo na CacauShow para dar a ela como forma de boas vindas e cumprimentos pelo aniversário. Dei um giro pela praça de alimentação, entrei na unidade das Lojas Americanas para ver as guloseimas de taaaaanto chocolate em forma de ovos gritando por mim, a promoção de carrinhos colecionáveis da Maisto e que fiquei me coçando para comprar, mas não estava com minha lista dos que já tenho na coleção e pra não correr o risco de ter uma peça repetida, preferi não comprar. Lembrei-me de que tinha que fazer uma logomarca de um programa de rádio, então sentei-me exatamente em frente ao local de trabalho da minha amiga e propositalmente frente ao cafajeste com o aeroporto de mosquito desprotegido, para observar cada movimento dele. Ele não saía da única tulipa de chopp que repousava em sua frente sobre a mesa. Eu fingia não vê-lo, mas graças à minha visão de Mulher Maravilha em 180 graus, eu tentava criar a logo e o outro olho no cabra safado.
         Diana saiu do se posto, já de roupa trocada, num vestidinho estampado, uma florzinha de tecido nos cabelos e um sorriso feliz por ter sua amiga de volta, mas esmaeceu novamente quando o cretino se aproximou dela e eu já fiquei armada, esperado pra dar o bote. O cara é tão ridículo que pediu o presente de volta a ela. Ela retrucou que não entregaria, o presente era dela. Ele saiu nervosinho, não antes de proferir, olhando pra mim e já saindo de lado, como se estivesse preparando pra fugir das próprias palavras "Agenciadora". Não acreditei quando ouvi isso. Meu sangue ferveu. Pensei cá com meus botões "Esse filho da puta não perde por me esperar".
Saímos do shopping e eu sempre na frente, como se estivesse protegendo a integridade física e moral da Diana. Olhei ao redor, logo que saímos do shopping e sempre alerta a algum sinal dele. Visão de 180 graus vezes dois.
          Como somos chiques, iríamos para casa de Mercedes Benz com chouffer ao nosso dispor. Já estávamos no ponto quando vejo o cretino sair detrás de algum carro, apoiando-se nas pontas dos dedos dos pés, esticando aquele pescocinho enterrado de tartaruga e vir em nossa direção. Por sorte haviam alguns rapazes sentados no ponto. Mandei Diana se aproximar dos rapazes e que o filho da puta estava chegando pra azucrinar a paciência dela. Ele se aproximou dela, com desculpas de querer parabenizá-la pelo aniversário dela, tentando beijá-la e ela se esquivando. Ele pedia para conversar com ela e ela sempre recusando. Sorte que o busão chegou de imediato, falei para que ela entrasse primeiro e entrei em seguida. Ela passou a catraca e eu ganhei tempo para passar, uma vez que o babaca entrou logo atrás de mim. Ela quis esperar que eu passasse para irmos até o fundo do veículo juntas, mas pedi que ela fosse logo e sentasse e por sorte só havia um assento livre. Pedi que ela sentasse e eu fiquei em pé, bloqueando a frente dela naquele corredor estreito. O cara veio com tudo: 
- Diana, vamos conversar! Poxa, Diana, hoje é o seu aniversário, vamos conversar!
Ela enfatizava:
- Eu não tenho nada pra conversar com você, me deixa em paz!
- Diana, não me humilha assim! 
- Cara, ela disse que não quer conversar, então fica na tua! Explodi.
- Quem é você? Eu tô falando com minha mulher! 
- Sua mulher? Se fosse, você estaria esperando por ela em casa e conversaria em casa! - comecei a altera o tom da voz.
- Quem é você querendo se meter no assunto meu com minha ex mulher!
- Sou amiga dela e você falou muito bem! Sua ex-mulher. Deixa ela em paz, ela já não disse que não quer falar com você?? Então sai fora, velho!
- Ô Diana, quem é essa mulher que você colocou aí na frente pra ficar querendo se meter?
- Ela não mandou eu ficar aqui, eu quem quis! Agora se afaste! - comecei a gritar e uma boa plateia ao longo do corredor.
- Ah, é? Ela quem ligou pra mim pra "mim vim" aqui! 
- Filho, ela está sem celular. Eu mesma tentei ligar pra ela e não consegui falar, então você está mentindo! 
- Eu não tô mentindo não! Quer ver a ligação aqui? Ela ligou lá do orelhão do shopping! Fala pra ela, Diana! Quer ver? Tá aqui no meu celular! - o babaca começou a simular a procura pelo celular no bolso da calça - Eu vou te mostrar que ela ligou, mas não tô achando meu celular! Droga, esqueci no shopping! Motorista, para aí...
- Então desce, meu filho! Vaza e vai buscar teu celular!- eu me segurando para não cair na gargalhada, pois estava vendo a protuberância do celular no bolso dele que oposto ao meu lado. O infame estava procurando uma desculpa pra sumir dali pois não tinha o menor argumento pra se defender. 
- Ah, você tá mandando eu descer é? É isso?
- Eu estou falando pra você descer enquanto está perto! Desce logo, porra! - eu já preparando a bicuda nos ovos dele.
- Motorista, para aí! MOTORISTA, PARA AÍ, PORRA!- Gritou a mona nervosinha, puxando a corda com força e raiva para pedir parada.
- MEU FILHO, ELE SÓ PARA ONDE DEVE PARAR! ESPERA CHEGAR NO PONTO, PORRA!
          O busú finalmente parou e àquela altura, já estávamos bem longe do shopping... Eu estava me coçando de vontade que parasse em um dos pontos menos movimentados e escuros, mais ou menos na altura da Planeta Chevrolet ou depois do Restaurante Tabu, mas parou em frente ao Centro Médico. O babaca desceu, olhando pra trás e falando merda e eu respondendo às provocações dele "Some, babaca! Idiota!". 
          Diane estava morrendo de vergonha. Eu, não! A única coisa que fiz como sinal de respeito aos espectadores foi: "Gente, antes que eu me esqueça, quero pedir desculpas a vocês pelo papelão que eu causei aqui, mas aquele cara merecia ouvir um pouco de merda e ser tratado daquele jeito, ele estava incomodando a minha amiga e eu Não Admito esse tipo de agressão à mulher. Acho que vocês vão concordar comigo, né? Eu não faço barraco, mas ele fez por merecer!". 
          Parece que todos concordaram comigo. Parece.

Nenhum comentário:

Postar um comentário